
O filme Futuro Futuro, dirigido por Davi Pretto, foi o grande vencedor do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O anúncio foi feito neste sábado (20/9), durante a cerimônia de encerramento, que marcou o fim de mais uma edição do festival mais longevo do país.
A trama do longa se passa em um futuro próximo, onde os avanços em inteligência artificial coexistem com o surgimento de uma nova síndrome neurológica. Um homem de 40 anos, chamado K, sem memória, é acolhido por um clickworker solitário de 60 anos, na parte empobrecida de uma chuvosa cidade brasileira.
Após usar um viciante dispositivo de IA em um curso para pessoas com a estranha síndrome, K embarca em uma jornada trágica e absurda em busca de seu lugar no mundo.
“Esse filme não tem nem distribuição no Brasil, é um filme pequeno, de experimento, e a gente sabia que o Festival de Brasília tem esse histórico de cinema de invenção. Espero que esse prêmio ajude o filme a chegar nas salas de cinema, sem distribuição, e viajar o máximo possível, que as pessoas vejam e possam pensar o filme”, afirmou Pretto.

Futuro Futuro é protagonizado por Zé Maria Pescador, que também foi premiado na categoria de melhor menção honrosa do júri. Emocionado, o ator afirmou que ficou surpreso ao ser anunciado como ganhador.
“São dois prêmios maravilhosos. Depois de ter ido à Cannes em 2006, com o primeiro filme da minha carreira, estou em Brasília, sendo premiado na minha casa, no meu país”, celebrou. Além das categorias citadas, a obra também ganhou como melhor montagem e melhor roteiro.
Outro destaque da noite foi Assalto à Brasileira, vencedor de melhor longa pelo júri popular. Baseado em história real, o filme acompanha um jornalista recém desempregado que, enquanto tirava sua rescisão no banco, se vê envolvido em um dos maiores casos de roubo da história do país, ocorrido em 1987.
A edição de 2025 celebrou 60 anos de existência do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, reconhecido como o mais longevo do país. Um dos momentos mais especiais do encerramento foi a homenagem para Fernanda Montenegro. Aos 95 anos, a atriz não compareceu ao festival, mas enviou um vídeo relembrando a carreira.
Protesto
A cerimônia de encerramento, comandada pelas atrizes Maeve Jinkings e Barbara Colen, foi marcada por emoção, celebração do cinema brasileiro, manifestações pela regulação do streaming e menções de “sem anistia”.
Durante a 5ª Conferência do Audiovisual Nacional, realizada paralelamente ao evento, representantes criticaram o governo Lula por entregar a pauta da regulamentação do streaming ao Centrão.
Em carta divulgada no encontro, o grupo lamentou a falta de políticas estruturantes para o audiovisual e classificou a gestão do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) como “uma engrenagem emperrada, que opera de forma descoordenada e ineficaz”.
Veja a lista completa de vencedores:
MOSTRA BRASÍLIA – 27º Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal
● Prêmio SESC-DF de Cinema: Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert; Rainha, de Raul de Lima; Dois Turnos, de Pedro Leitão; e O Cheiro do seu Cabelo, de Clara Maria Matos
● Melhor Montagem: Raul de Lima (Rainha)
● Melhor Edição de Som: Olivia Hernandez (Maré Viva, Maré Morta)
● Melhor Trilha Sonora: C-Afrobrasil (Rainha)
● Melhor Direção de Arte: Douglas Queiroz (A Última Noite da Rádio)
● Melhor Fotografia: Elder Miranda Jr (Dois Turnos)
● Melhor Ator: Leonardo Vieira Teles (A Última Noite da Rádio)
● Melhor Atriz: Tuanny de Araújo (Terra e Notas Sobre a Identidade)
● Melhor Roteiro: Clara Maria Matos (O Cheiro do Seu Cabelo)
● Melhor Direção: Edileuza Penha e Edymara Diniz (Vozes e Vãos)
● Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Três, de Lila Foster
● Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Rainha, de Raul de Lima
● Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial): Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert
● Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): Maré Viva, Maré Morta, de Cláudia Daibert4
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – CURTA-METRAGEM – Troféu Candango
● Melhor Montagem: Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
● Melhor Edição de Som: Replika, de Piratá Waurá e Helisa Passos
● Melhor Trilha Sonora: Paulo Gama (Ajude os Menor)
● Melhor Direção de Arte: Rosana Urbes (Safo)
● Melhor Fotografia: Daniel Tancredi (A Pele do Ouro)
● Melhor Ator: Os 4 “Menor” (Ajude os Menor)
● Melhor Atriz: Laís Machado (Couraça)
● Melhor Roteiro: Patri, Marcela Ulhôa, Daniel Tancredi e Yare Perdomo (A Pele do Ouro)
● Melhor Direção: Piratá Waurá e Heloísa Passos (Replika)
● Melhor Curta-Metragem (Júri Oficial): Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
● Melhor Curta-Metragem (Júri Popular): Couraça, de Susan Kalil e Daniel Arcades
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – LONGA-METRAGEM – Troféu Candango
● Melhor Montagem: Bruno Carboni (Futuro Futuro)
● Melhor Edição de Som: Bruno Alves (Corpo da Paz)
● Melhor Trilha Sonora: Haley Guimarães (Corpo da Paz)
● Melhor Direção de Arte: Romero Sousa (Corpo da Paz)
● Melhor Fotografia: Rodolpho Barros (Corpo da Paz)
● Melhor Ator: Murilo Benício (Assalto à Brasileira)
● Melhor Atriz: Dhara Lopes (Quatro Meninas)
● Melhor Ator Coadjuvante: Christian Malheiros (Assalto à Brasileira)
● Melhor Atriz Coadjuvante: Maria Ibrain (Quatro Meninas)
● Melhor Roteiro: Davi Pretto (Futuro Futuro)
● Melhor Direção: Karol Maia (Aqui Não Entra Luz)
● Melhor Longa-Metragem (Júri Oficial): Futuro Futuro, de Davi Pretto
● Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): Assalto à Brasileira, de José Eduardo Belmonte
● Prêmio Especial do Júri: Quatro Meninas, de Karen Suzane
● Menção Honrosa do Júri: Zé Maria Pescador (Futuro Futuro)
MOSTRA CALEIDOSCÓPIO – Troféu Candango
● Melhor Filme (Júri FIPRESCI – Federação Internacional de Críticos de Cinema): Uma Baleia Pode Ser Despedaçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança
● Melhor Filme – Prêmio Jean-Claude Bernardet (Júri Jovem UnB): Atravessa Minha Carne, de Marcela Borela
PRÊMIOS ESPECIAIS
● Melhor Filme de Temática Afirmativa (Júri CODIPIR – Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial): Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
● Prêmio Canal Brasil de Curtas (Melhor Curta-Metragem): Couraça, de Susan Kalil e Daniel Arcades
● Prêmio Canal Like (Melhor Longa-Metragem Júri Oficial): Futuro Futuro, de Davi Pretto
● Troféu Saruê Correio Brasiliense (Melhor Momento do Festival): José Eduardo Belmonte
● Prêmio Marco Antônio Guimarães (Melhor uso de material de memória, pesquisa e arquivo – Júri CPCB): Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil, de Evaldo Mocarzel
● Melhor Curta-Metragem (Júri da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema): Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
● Melhor Longa-Metragem (Júri da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema): Morte e Vida Madalena, de Guto Parente
● Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Curta-Metragem (Júri APAN e Centro Afrocarioca de Cinema): Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
● Prêmio Zózimo Bulbul de Melhor Longa-Metragem (Júri APAN e Centro Afrocarioca de Cinema): Aqui Não Entra Luz, de Karol Maia
● Menção Honrosa Zózimo Bulbul: Cantô meu Alvará, de Marcelo Lin
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