
A resistência à insulina tem se tornado um dos maiores desafios de saúde e está ligada ao aumento dos casos de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. A condição é silenciosa e pode se desenvolver ao longo de anos, mesmo sem sintomas evidentes, até que os níveis de glicose no sangue comecem a sair do controle.
O maior problema surge quando o corpo para de responder de forma adequada ao hormônio insulina, responsável por levar a glicose para dentro das células. Como resposta, o pâncreas tenta compensar produzindo mais insulina, até que não consegue mais sustentar o ritmo, e o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
O que causa a resistência à insulina
A resistência à insulina costuma surgir quando o equilíbrio metabólico do corpo é rompido por fatores ligados ao estilo de vida. Alimentação rica em açúcares, excesso de gordura abdominal, sono irregular e estresse constante criam um ambiente inflamatório que dificulta a ação da insulina nas células.
Com o tempo, esse processo altera o funcionamento do pâncreas e abre caminho para o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Condições hormonais, como síndrome dos ovários policísticos e menopausa, assim como o uso prolongado de corticoides, também elevam o risco da resistência à insulina.
“A resistência à insulina não aparece de um dia para o outro. Ela é resultado de anos de sobrecarga metabólica, especialmente quando há ganho de gordura visceral e inflamação crônica”, explica a endocrinologista Daniele Penalva, da Starbem, em São Paulo.
Principais sintomas da resistência à insulina
Nos estágios iniciais, a resistência à insulina costuma se desenvolver de forma silenciosa. Mesmo assim, o corpo dá alguns sinais de que algo está fora do equilíbrio. Entre os principais sintomas, destacam-se:
- Aumento da circunferência abdominal.
- Dificuldade para perder peso.
- Fadiga e sensação de cansaço constante.
- Sonolência logo após as refeições.
- Vontade frequente de comer doces.
- Alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos.
Em alguns casos, também podem surgir manchas escurecidas nas dobras do pescoço e axilas, conhecidas como acantose nigricans, um dos indícios mais característicos da resistência à insulina.

Tratamento, alimentação e estilo de vida
O tratamento da resistência à insulina começa com ajustes no estilo de vida, especialmente na alimentação. A prioridade deve ser o consumo de proteínas magras, gorduras boas — encontradas em peixes, azeite e oleaginosas — e vegetais ricos em fibras, que auxiliam no controle da glicose.
Reduzir o consumo de açúcares e farináceos também é fundamental para aliviar a sobrecarga do pâncreas e restabelecer o equilíbrio metabólico. Além da reeducação alimentar, o acompanhamento médico é importante para avaliar carências nutricionais e orientar a suplementação adequada.
“Micronutrientes como magnésio, zinco, cromo e vitamina D ajudam as células a responder melhor à insulina. Em alguns casos, o uso de fitoterápicos, como a berberina, e de ômega 3 pode potencializar os resultados e diminuir a inflamação associada à resistência”, afirma o médico nutrólogo Márcio Passos, de Aracaju (SE).
Outro fator muito importante no tratamento é a prática regular de exercícios físicos. Treino de força e caminhadas após as refeições, por exemplo, ajudam o corpo a utilizar melhor a glicose e reduzir os níveis de insulina.
Na maioria dos casos, a resistência à insulina é reversível. A combinação de alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado e controle do estresse permite restaurar a sensibilidade das células à insulina e evitar que a condição evolua para a diabetes tipo 2.
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